quinta-feira, 10 de maio de 2012

lampejo


Não é só saudade…
sonhei que você chovia em mim,
acordei de calor, com cheiro de mato,
de terra molhada,
banho, cachoeira, perfume, alfazema,
nada adiantou.

ainda em brasa, a poesia brotou,
dos poros, dos livros, das folhas em branco,
atropelada, as palavras pulavam em bando,
quase se matavam e num golpe oriental,
lavaram sua honra, feito harakiri.

a memória em alvoroço
fez lembrar com vontade, de tudo o que vale.
da cantiga da feira, 
do passeio a tarde,
das estórias sem fim,
de aprender com o silêncio, de amanhecer devagar,
do desfrute na manhã 
a natureza se abrir.

Não é só saudade…
é ainda a vontade
de ouvir os lampejos,
expandir os sentidos
e viajar novamente.

É amar de verdade.
Essa sim, uma saudade desavisada.


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